A artesã e presidente do Conselho de Saúde da Unidade de Saúde Rio Bonito, na periferia de Curitiba, Luciana Cortez, desenvolve um projeto de artesanato há anos nos postos de saúde. No início, o projeto Luciana & Marias tinha poucas integrantes. Com o tempo, as mulheres foram tomando gosto e foram trocando experiências entre si. Elas se ensinam a tricotar, fazer crochês, costurar, escrever. Enfim, mulheres apaixonadas e que vivem da própria sabedoria e talento adquiridos com o tempo. “A ideia era promover saúde e renda para as famílias. O projeto foi feito em forma de troca de saberes. Eu ensino e aprendo quase todas as formas de arte! Tudo é de graça e quem não tem material, acaba recendo de outras que dividem o que tem. Todos os meses fazemos uma feira de rua e expomos nossos trabalhos para venda”, contou ela.
A Curitiba tem muito o que mostrar. Além do projeto Luciana & Marias (veja mais sobre ele no www.facebook.com/lucianasemarias), ela foi escolhida para carregar a tocha olímpica pelo projeto "Uma Carta Para Mudar", que propõe melhorias na comunidade. Este outro projeto é também desenvolvido na comunidade de Rio Bonito – são cartas com sugestões para melhorar o bairro. “O povo escreve o que precisa e leva a carta até o posto de saúde. Já conseguimos evoluir muito. Antes de implementar o projeto, a unidade tinha entre 30 e 35 consultas por dia. Hoje já consegue fazer 60”, explicou Luciana. “A política foi feita para isso e os políticos precisam ouvir mais as pessoas”.
Por estas ações, Luciana foi escolhida para levar a tocha por 200 metros no dia 15 de julho em Ponta Grossa. Ela faz aniversário três dias depois: dia 18 de julho. “Ah, é um belo presente de aniversário”, disse ela.
O projeto "Uma Carta Para Mudar" foi baseado em um filme que ela assistiu chamado UM SONHO DE LIBERDADE - onde um detento querendo utilizar a biblioteca do presidio tinha como único recurso o envio de cartas para um departamento, mesmo sendo desmotivado por seus colegas que já tinham feito isso. Ele enviava uma carta por semana. Sem respostas dobrou a quantidade de cartas e após 6 anos de persistência teve seu objetivo alcançado.
“Ele era somente um e conseguiu. Nós somos mais de 20 mil inscritos só no posto de saúde”, apostou Luciana. “Quero muito que o projeto das cartas se transforme num movimento por todo o Brasil e que as pessoas façam cartas e protocolem nas secretarias, em busca de melhorias. Sei que é possível!”.
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