Mais de 100 famílias que moram num terreno perto do Portal das Praias, no Balneário Sertãozinho, em Matinhos, no litoral do Paraná, não sabem como vão enfrentar a vida depois de terça-feira. Está programada uma grande desocupação no local. Isto porque a Justiça de Matinhos deu a reintegração de posse da área que teria um proprietário e que estaria com o procurador Carlos Ulysses Zaleski. No local teriam crianças, deficientes e soropositivos – todos dependeriam dos lotes, que teriam sido comprovados.
O morador Alceu da Silveira Alves, de 37 anos, mora no local desde fevereiro de 2014. Ele, a esposa e três crianças moram ali. Quando comprou o terreno, Alceu disse que o lote estava desmatado. No entanto, sem direito a advogado, ele teria sido incriminado num processo por desmatamento. Ele nega e garante que nunca teve direito a defesa no processo. Pior, ele acusa policiais civis de tentarem forjar provas.
Os moradores fizeram uma manifestação em frente a Prefeitura e até foram atendidos pelo vice-prefeito. No entanto, não existe área para relocação das famílias que ficarão por dois dias dentro de um ginásio e depois terão que encontrar a própria sorte. “O prefeito lavou as mãos”, contou Alceu.
A blogueira recebeu um vídeo com policiais civis no terreno conversando com alguns homens. Na filmagem é fácil ouvir um policial civil que atuava em Matinhos e foi transferido para Curitiba pedir para que no local fossem colocadas pessoas para uma boa parceria. E ainda vai além. O mesmo policial fala que os homens poderiam pegar uns dez lotes para negociar. Ou seja, eles limpariam os terrenos em troca de lotes. Ao menos é o que as imagens mostram e o que as testemunhas relatam.
Com imagens e vozes do momento de uma negociação, não existem argumentos. Mas por que os policiais não foram chamados para explicar a negociação – no mínimo – estranha? Com a palavra o Ministério Público de Matinhos e os supostos proprietários verdadeiros do terreno.
Enquanto isso, o prefeito Eduardo Dalmora (PDT) dorme em berço esplêndido!