Bernardo Carli é condenado por falsidade ideológica

O deputado estadual Bernardo Carli (PSDB) foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por falsidade ideológica. De acordo com a denúncia acatada pelo TRE, Bernardo Carli teria feito caixa dois de campanha nas eleições de 2010, declarando que pessoas contratadas por ele como cabos eleitorais teriam trabalhado voluntariamente. O dinheiro gasto no pagamento desses cabos eleitorais não foi declarado à Justiça Eleitoral na prestação de contas.

Segundo a investigação, treze dos 36 cabos eleitorais declararam à Polícia Federal que receberam para trabalhar para o parlamentar. E o pior: o pagamento teria sido feito em dinheiro. Para quem desconhece contas de campanha, existe uma conta jurídica para cada candidato e que tem que ser movimentada através de cheque. Todos os depósitos são feitos de forma identificada e as saídas precisam ser comprovadas. Isso para evitar gastos absurdos e o famoso caixa dois – que continua acontecendo livremente, com pouca fiscalização.

O deputado conseguiu liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendendo os efeitos desta decisão até julgamento final do recurso. Ou seja, ele fica no cargo até o julgamento da Suprema Corte. No entanto, a decisão por si só já torna o parlamentar inelegível.

Enquanto Bernardo Carli tem condenação no TRE, a Assembleia Legislativa dorme em berço esplêndido. Cadê a Comissão de Ética que já não cassou o parlamentar? Enquanto os políticos forem omissos com a corrupção, pouco se mudará efetivamente...


Guarapuava - Em dezembro do ano passado, o deputado se envolveu em outro processo, originado de investigação do Gaeco e da Procuradoria Regional Eleitoral de Curitiba que apura suposto esquema de compra de votos nas eleições de 2014, na região de Guarapuava. A Operação Capistrum (cabresto, em latim), investiga diversos crimes eleitorais em benefício da candidatura do deputado nas eleições de 2014. De acordo com o Gaeco e com a Procuradoria Regional Eleitoral, a organização criminosa atuou dividida em dois grupos, localizados em Guarapuava e no distrito de Entre Rios (25 quilômetros do centro da cidade). As investigações apontam que, durante o período eleitoral, houve a distribuição de vários benefícios. Já no dia das eleições estaduais de 2014, a suspeita é de que os coordenadores dos dois grupos reuniram motoristas e cabos eleitorais para praticar delitos de boca de urna e transporte de eleitores.


Bernardo Carli é irmão do ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (sem partido), que renunciou ao mandato em 2009 após se envolver em acidente de trânsito que resultou em duas mortes. Um dos mortos no acidente foi a do filho da deputada federal Christiane Yared (PR).

Comentários

Destaques do Blog

PC prende suspeito da morte de Caboclinho e de vereador de Ortigueira

Manifestação fecha Posto de Saúde do Lamenha

Tamandaré: Van fazem buzinaço em apoio aos caminhoneiros