Massacre dos professores: manifestação em todo o Paraná lembra os abusos do dia 29 de abril

Foi há um ano. Os professores estavam em frente à Assembleia Legislativa para pressionar os deputados a não votarem o projeto de lei que dava direito ao governo do Estado de usar dinheiro da Paraná Previdência. Os professores estavam em greve e defendiam um direito de todos os servidores públicos do Estado. Os deputados não se sensibilizaram e mesmo sabendo o que ocorreria do lado de fora, votaram e aprovaram o projeto. Policiais impediram a entrada dos professores no prédio e deram tiros de borracha nos educadores. Gás de pimenta foram jogados e muitos parlamentares e jornalistas foram atingidos.

"Foi a demonstração de um absolutismo que custou muito caro ao Paraná. Fomos feridos na carne e na alma", resumiu a professora Margarete Bellini, que estava no Centro Cívico durante o enfrentamento entre professores e policiais militares no dia 29 de abril do ano passado. Ela foi entrevistada pela Folha de Londrina e relatou o que eu, como jornalista e blogueira, vivi na pele. “Estive numa verdadeira praça de guerra. Havia policiais por todos os lados. Perto da hora da votação, começaram a lançar bombas de gás lacrimogênio. Os policiais nos cercaram e vieram para cima, mas nos mantivemos firmes. As bombas vinham dos que estavam no chão e até do helicóptero", lembrou a educadora.


A Prefeitura de Curitiba encerrou o expediente no final da manhã e só reabriu as portas durante a tarde, para auxiliar no atendimento aos feridos. A Guarda Municipal foi quem deu os primeiros atendimentos. Muitos foram feridos com golpes de cassetete. Apesar de vermos e ouvirmos todo o massacre, nenhuma ordem para parar era dada. Ao contrário. Os tiros e as bombas de gás lacrimogênio não cessaram como se a guerra fosse contra bandidos e não contra servidores do Estado responsáveis pela educação de nossos filhos.


Lembrando da história mais triste de greve de toda o desenvolvimento do Paraná, professores da rede pública estadual de ensino paralisaram hoje as aulas e foram para as ruas. De todos os lugares, eles fazem uma passeata e acusam o governo do Estado de intolerância e de ações ditatoriais. O episódio na Praça Nossa Senhora da Salete foi fatídico. O comandante da Polícia Militar foi exonerado e o secretário de Estado de Segurança Fernando Francischini (SDD), hoje deputado federal, teve que deixar o cargo.

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