O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) acatou as denúncias contra Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu – apontado como sendo o braço direito do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e um dos articuladores do mensalão. Também foi acatada denúncia contra Daniella Leopoldo e Silva Facchini, arquiteta responsável pela reforma da casa. Daniella é acusada de lavagem de dinheiro por supostamente dissimular e ocultar a origem, movimentação, disposição e propriedade de quase R$ 2 milhões provenientes da Engevix e outras empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Os valores teriam sido repassados a ela como contraprestação por serviços na reforma da casa de José Dirceu em Vinhedo (SP).
Camila também é acusada de lavagem de dinheiro porque o imóvel foi comprado no nome dela, num valor de R$ 750 mil, com dinheiro resultante das propinas pagas pelas empresas formadoras do cartel de empresas que prestavam serviços à Petrobras. Inicialmente o juiz federal Sérgio Moro rejeitou a denúncia – que foi encaminhada ao TRF4 pelo Ministério Público (MP) federal.
Conforme o relator, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no tribunal, "ainda que Camila e Daniella não tenham qualquer envolvimento com os delitos antecedentes e com o esquema criminoso envolvendo a Petrobras, elas podem ter envolvimento em outros fatos ilícitos e precisariam – se constatado – responder pelos crimes praticados. Para uma condenação, o desembargador orienta que seja comprovado que as rés tinham ciência de que o capital que ocultaram provinha de origem ilícita.